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  5. Keko comemora saída da recuperação judicial com crescimento de 170%

Escrito por KEKO

Leandro Scheer Mantovani, presidente executivo, e Lucas Bertuol, gerente administrativo financeiro da Keko Acessórios 

O ano de 2025 passa a ser um marco para a Keko, tornando-se emblemático na história da empresa por trazer uma das suas maiores conquistas: a saída do processo de Recuperação Judicial (RJ) deflagrado em setembro de 2018, quando precisou recorrer à medida jurídica para renegociar dívidas, principalmente com as instituições bancárias.

A empresa sempre foi operacionalmente saudável e vinha em um ritmo de crescimento médio de 20% ao ano. Em 2009, iniciou o projeto de um grande investimento em uma planta fabril modelo na cidade de Flores da Cunha/RS. Somado a novas tecnologias e inovação em produtos, o investimento chegou a R$ 100 milhões ao longo dos seis anos seguintes – a maior parte financiado. Esse aporte de recursos estava planejado para acompanhar o modelo de crescimento do negócio, no entanto o custo do endividamento teve um salto com o avanço da taxa Selic de 7,5% para 14,5% no período. De 2015 a 2018, a Keko fez diversas tentativas de negociações coletivas com os bancos tendo auxílio de renomadas consultorias Big Four como a KPMG, sem êxito.

Com isso, a empresa foi ficando bastante pressionada. A greve dos caminhoneiros, em 2018, agravou ainda mais os problemas. A gota d´água foi o cancelamento de um projeto com uma montadora, que resultou em uma redução de receita de R$ 20 milhões. “Esse fato culminou na decisão estratégica de entrar com a medida jurídica de recuperação”, recorda o presidente executivo Leandro Scheer Mantovani, destacando a conduta que a Keko tomou a partir desta decisão ao utilizar transparência com todos os stakeholders. “Nossa preocupação foi conversar primeiro com os 420 funcionários que estavam conosco na época, para reforçar nosso compromisso com o cumprimento das obrigações, o pagamento de salários e a preservação dos empregos. Também visitamos e conversamos pessoalmente com clientes e fornecedores estratégicos. Isso foi primordial para restabelecer os acordos e, apesar de termos entrado em RJ, não perdemos a credibilidade e a confiança do mercado”, afirma.

Como a Keko arrumou a casa e saiu da crise

Uma das primeiras medidas adotadas para enfrentar a recuperação foi implantar uma gestão mais horizontalizada. A retirada de camadas de gestão aproximou o comando da empresa, o que deu agilidade e velocidade nas decisões e nos processos. A gestão começou a participar do ‘guemba’, ferramenta do Lean Manufacturing que significa ‘onde as coisas acontecem na empresa’. Paralelo a essa medida, foram implementadas melhorias internas com a reestruturação e o enxugamento dos projetos e processos internos, o que também contribuiu para dar mais agilidade e velocidade à produção e a todo negócio.

Outra frente de trabalho foi a inovação, área em que a Keko fez um movimento grande para restabelecer projetos e promover a qualificação do mix de produtos. O foco passou a ser lançamentos de acessórios diferenciados e com alto valor agregado, que ajudaram a alavancar o crescimento. Nos últimos dois anos, houve inúmeros lançamentos expressivos no segmento de picapes e a Keko conseguiu acompanhar esse processo de renovação do mercado e ganhar vários desses projetos junto às montadoras. Investimentos em automações e tecnologias, reorganização mercadológica com a reestruturação da força de vendas potencializando os diversos canais (montadoras, varejo e exportações) e a retomada mais recente dos investimentos em marketing fazem parte das ações da companhia para arrumar a casa.

Outra medida austera foi a implantação de um planejamento financeiro e tributário, o que possibilitou transformar 80% da dívida de curto prazo para o longo prazo. “Todas essas iniciativas foram determinantes para tornar a empresa mais competitiva e mais saudável. Conseguimos atingir mais volume e, com isso, os custos fixos foram diluídos e, assim, alcançamos o ponto de equilíbrio financeiro. Aprendemos a operar com sustentabilidade financeira nos últimos cinco anos”, afirma Lucas Bertuol, gerente administrativo-financeiro.

Para cumprir com o Plano de Recuperação Judicial, a Keko apostou muito nos seus recursos humanos internos. Os 420 profissionais remanescentes trabalharam com comprometimento, disciplina e constância, dando o seu melhor para consolidar o projeto de recuperação. A recuperação teve o seu ponto positivo, que foi provocar e promover o amadurecimento de toda a empresa. “Foi uma jornada de valorização, transformação e crescimento da equipe. As pessoas aprenderam a trabalhar na escassez e a focar em resultados, o que foi muito positivo e uniu mais o grupo”, destaca o presidente executivo.

Fábrica Keko Acessórios

Caminhos para voltar a crescer

Desde 2021, a Keko vem superando os resultados planejados. Durante o período da recuperação, a companhia cresceu 170%. O faturamento, que beirava os R$ 130 milhões em 2018, deve chegar a R$ 360 milhões em 2025. O número de funcionários também aumentou, chegando hoje próximo a 500 empregos diretos. A empresa conseguiu renegociar o endividamento para o longo prazo e, com o crescimento e resultado, finalizou 2024 com uma relação dívida EBTDA de 2,4x.

No biênio 2024/2025, estão previstos investimentos de R$ 30 milhões, alocados na ampliação da estrutura fabril, que ganhará mais 3,5 mil m² de área construída que se somarão aos atuais 25 mil m², e na aquisição de novos equipamentos e tecnologias, como laser tubo, laser chapa, prensa, dobradoras e centro de usinagem.

Para manter o ritmo de crescimento orgânico e sustentar os projetos traçados para o futuro, a Keko vai continuar se reestruturando, investindo em melhorias, processos, produtos, tecnologias, pessoas e práticas ESG (ambiental, social e governança), com o objetivo de ser um player cada vez mais competitivo no mercado global e proporcionar personalização com inovação, qualidade e sustentabilidade para seus clientes.